Em 26/08, o Festival “Ocupa Pacaembu” misturou futebol, arte e cultura, além de muita diversidade, na praça Charles Miller, em frente ao museu do futebol, na cidade de São Paulo. O festival ocorreu no âmbito do Estéticas das Periferias, encontro idealizado pela Ação Educativa e contou com um torneio de futebol de rua com 15 equipes, que mobilizou diretamente 110 pessoas de vários coletivos, entre jogadora/es e mediadoras/es, sendo alguns mediadoras/es parte da Rede de Jovens Balaiada (rede de jovens Brasil de terre des hommes).
Participaram do festival 13 organizações, das quais destacam-se os 8 polos que integram a Rede Paulista de Futebol de Rua de diversas localidades, a saber, 5 de São Paulo (Capão Cidadão, Cedeca Sapopemba, CEU Paulistano, Unas Heliópolis, Raul Tabajara), 2 de São Bernardo do Campo (Projeto Meninas e Meninos de Rua e Centro Cultural Afro Brasileiro Francisco Solano Trindade) e 1 de Taubaté (Projeto Esperança). Atividades como essa são extremamente importante, pois possibilitam às/aos jovens da periferia um momento de reflexão e aprendizado, abrindo, assim, outras perspectivas a cada um. São diferentes formas de refletir sobre a realidade, pois, além do jogo, competências como competitividade são trabalhadas, para que a crianças, adolescentes e jovens compreendam que existem muitos caminhos para a vitória. E, ainda mais que isso, notam que, os caminhos para a vitória não necessariamente passa por cima de valores como coletividade, companheirismo e respeito.
Com a presença de times de coletivos que militam pelos direitos LGBTTQ no esporte, o festival foi, ainda, um lindo momento também para aprender a respeitar as diversidades e ter a absoluta certeza que tod@s são diferentes. Há, em cada pessoa, dentro de cada um@, um universo próprio, construído ao longo das vivências e nada disso interfere na vida d@ outr@. Cabe ao coletivo respeitar o individual de cada um@, da forma com que cada qual é.
Esse evento ocorreu também em parceria com o grupo Narra Várzea, que faz narração suingada e regada de poesia enquanto a bola rola. São poetas e artistas que deram as rimas das jogadas e brilho a todo o espetáculo, desde o primeiro jogo até a final. Como é comum ao futebol de rua, neste evento havia o ponto de fairplay, que contribui e estimulou as equipes a serem solidárias, cooperativas e respeitosas uma com as outras, exaltando a importância de estar em harmonia, juntos pelo objetivo principal: o direito à participação. Igualmente, merece destaque a formação de times mistos, nos quais homens e mulheres jogaram lado a lado.
Futebol de rua pelo bem viver, espaços seguros, direito de brincar e, claro, muita diversão!
#RedePaulistadeFuteboldeRua
#EncontroEstéticasdasPeriferias
Texto elaborado por Mariana Andrade (Rede de Jovens Balaiada)