No primeiro dia da paralisação realizado na quarta-feira, 15 de março de 2019, contra os cortes implementados pelo Governo Federal na áreaa da educação, todos os Estados e o Distrito Federal registraram manifestações massivas. Mais de 170 cidades também aderiram ao Dia Nacional de Defesa da Educação. Um balanço parcial das entidades organizadoras aponta que a greve nacional mobilizou até agora mais de 1 milhão de pessoas em todo o País.

Em São Paulo, os manifestantes iniciaram o ato em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Segundo estimativa, 250 mil pessoas participaram da manifestação. Muitas crianças foram vistas. Frases como “Sem educação já basta o Presidente” e a fórmula da água estampavam os cartazes dos manifestantes. Em passagem pelos EUA, o presidente Bolsonaro desqualificou os estudantes que saíram às ruas em protesto contra os cortes na educação.

“É natural, é natural. Agora, a maioria ali é militante, não tem nada na cabeça. Se perguntar quanto é 7×8, não sabe. Se perguntar qual é a fórmula da água, não sabe. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe e núcleo de muitas universidades no Brasil”, disse a jornalistas que o esperavam na porta de um hotel em Dallas, no Texas.

O movimento também teve força em diversas outras localidades. Em Brasília, os manifestantes caminharam em direção ao Ministério da Educação. Estudantes da área da saúde da Universidade de Brasília (UNB), uma das acusadas de promover balbúrdia pelo ministro da educação Abraham Weintraub, fizeram um mutirão de atendimento voluntário logo cedo como maneira de repudiar a declaração e mostrar a importância das atividades da universidade. Em Sergipe, estudantes usaram roupas pretas e fizeram uma encenação para sinalizar o luto vivido pela educação no atual governo. A cidade de Diamantina, em Minas Gerais, realizou o maior ato de sua história, segundo a UNE.

As manifestações contra os cortes orçamentários na educação continuarão: está agendada para o dia 30 de maio uma nova paralisação. O anúncio foi feito por estudantes que participaram do ato na quarta-feira 15 e confirmado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) em suas redes sociais. O movimento vai desembocar em uma greve geral no dia 14 de junho, convocada pela CUT e demais sindicais brasileiras, que também pautam uma agenda contra a reforma da Previdência.

Para saber mais: Ação Educativa – Contra o desemonte da Educação
Para fazer download: Ação Educativa – Educação em disputa: 100 dias de Bolsonaro

fotos: Mídia Ninja, Jornalistas Livres e UNE – União Nacional dos Estudantes

 

 

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