Os dados do Atlas da Violência 2018 são estarrecedores. Por um lado, a taxa de 30 homicídios por 100.000 habitantes já é endêmica – para a Organização Mundial da Saúde, endêmicas são as taxas superiores a 10 homicídios por 100.000 habitantes. Por outro, as balas que matam e levam a altos números de homicídios têm destino certo: negros e jovens são as maiores vítimas dessa violência letal. Entre 2006 e 2016 homicídios de negros sofreu aumento de mais de 23%, à medida que os de não-negros apresenta redução de quase 7%.


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Voltando os olhos para a questão de gênero, igualmente alarmantes os dados: mulheres negras morrem mais que as não-negras em uma taxa de 71%. Assim, é nítido o racismo em curso no Brasil, especialmente em políticas de segurança pública ineficazes para o enfrentamento de questões estruturais.

É como se, em relação à violência letal, negros e não negros vivessem em países completamente distintos. Em 2016, por exemplo, a taxa de homicídios de negros foi duas vezes e meia superior à de não negros (16,0 por 100.000 habitantes contra 40,2)’, explica o relatório elaborado pelo IPEA (Instituto de Pesquisas e Estatísticas Aplicadas), divulgado essa semana.

Não por menos, o ciclo da violência é complexo e longo. Inicia-se com violações de direitos fundamentais sistemáticas – ocasionadas por ineficazes políticas públicas que mais punem do que buscam garantir direitos – e culmina, para 30 a cada 100.000 habitantes, em morte.

para fazer download do Atlas da Violência 2018

 

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